sexta-feira, 26 de julho de 2013

Alice do país das Maravilhas.

Imagine o quão frustrante é viver com a consciência pesada? Tem uma coisa que se chama peso, e isso é uma das coisas que me tiram o sono ao anoitecer, isso e pensar em Alice, pensar na pele macia e branca dela, pensar naqueles olhos grandes verdes, pensar naquela pinta que ela tinha no ombro esquerdo, ou aquela mancha de nascença que ela tinha na coxa direita, ela odiava aquela mancha. Depois de 5 anos não sei se ela mudou de gosto, eu me formei em jornalismo e fui trabalhar, sai daquele emprego ruim e fui pra um pior ainda, mas eles me deixavam criar histórias para a última página da revista, não que eu me encomode com isso, mas sei lá. Sempre fui bom em criar contos.
A melhor de todas, em minha humilde opinião, foi a pequena história de André e Júlia. Eles se conheceram em um acento de ônibus, foi o romance mais emocionante que eu escrevi, Júlia tinha câncer e ele tinha problemas em amar, e daí eles se apaixonam, isso é tão clichê e extremamente ridículo, eles viajam, eles se casam, ela tem uma filha, Julia morre e o homem que não amava as mulheres, acabou amando a pior que poderia, pois nem uma vida longa ela deu a eles.
A filha cresce e tem o mesmo problema da mãe, mas ele tem Alzheimer e morre louco pelo amor. Ando muito depressivo, apesar de ocupar minha cabeça com muitas outras coisas, ainda me lembrava daquele sorriso o tempo todo, todo o tempo, odeio isso!
Maldita Alice, não sei nada sobre ela, não sei seu número, não sei se ela ainda tem miopia, ou se operou, não sei se ainda gosta de ler livros românticos, não sei se ela ainda acredita em contos de fadas, ou se formou, eu não sei de nada dela, vai ver ela está noiva, ou grávida, ou casada e com filhos, vai saber os pais dela morreram, vai saber!
Alice virou uma incoglita para mim, vai ver ela não gostasse mais de Los Hermanos, odeio isso, essa coisa de ficar pensando nela, tudo me lembra dela, o frio, calor, por do sol, ah o por do sol é a pior parte do dia, me lembrava o cabelo dela. Talvez eu devesse procurar sobre ela, sei lá, quem sabe ligar, mandar uma mensagem, mas um "oi, tudo bem? Ainda te amo, sempre te amei apesar de tudo".
-Você é patético Caio, se contente com a sua vida - eu disse para mim mesmo, patético, e ela me olhando, ela dormindo, ela me beijando, ficava rondando minha mente. Vai saber, esse trem de amor nunca desaparece?
Maldita Alice, maldito amor e maldita incerteza, estou enlouquecendo aos poucos sem nem saber o que eu posso fazer!


Espero que gostem hahah, um beijo. 
Clara.

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