Nem todo destino é grande o bastante para apagar uma lógica
de amor do passado, isso não é algo que se precise comprovar, eu sei, eu vi,
funciona. As lembranças são coisas vinculadas com o nosso meio, com o nosso
ser, não se rouba, não se retira, com o tempo elas somem, mas sempre por algum
impulso do momento elas voltam. Se mostram fortes o bastante pra te deixar lá
em baixo com certos momentos vitoriosos, que você jamais gostaria que se
esvaísse de sua vida.
A ordem dos fatores não altera o produto, tenho certeza que
já ouviram falar disso. Há algum tempo conheci a tão famosa gostosa dos olhos
verdes e cabelo estilo pôr-do-sol, Alice. Ela era estilo tudo que há de bom
no mundo, era a oitava maravilha, ou a primeira, como preferir.
Conheci Alice no meu trabalho, sou o barman da Rua 28 e sim esse é o nome do
bar.
- Uma tequila, por favor. – Ela pediu.
Entreguei seu drink, tirei um cigarro e ela me olhou curiosa, seus olhos percorreram pelo meu rosto como se esperasse algo de mim, dei um trago. O bar já estava quase fechando, mas aquela era uma ótima chance para flertar com uma linda mulher em um bar para mais de 4 da manha.
Entreguei seu drink, tirei um cigarro e ela me olhou curiosa, seus olhos percorreram pelo meu rosto como se esperasse algo de mim, dei um trago. O bar já estava quase fechando, mas aquela era uma ótima chance para flertar com uma linda mulher em um bar para mais de 4 da manha.
- Cigarro faz mal pra saúde. – ela disse depois de um tempo.
- Álcool também faz, e nem por isso você não está bebendo. –
retruquei com um pouco de maldade, mas era verdade, eu era desagradável e claro
um pouco detestável.
- Como quiser prazer Alice. – e foi ai que tudo começou.
Você espera não se apaixonar pra tentar manter tudo o que
você sempre leu dos livros de amor, proteção, do fim idiota, que o amor é uma
droga não tivesse valido nada. Contra o amor, nem remédio, nem astrologia, nem
magia negra, batucada rústica, nem Aladim salva, nem mesmo as milhares de
músicas feitas sobre isso pode te deixar pra lá, do amor somos só um fusca
velho com o motor fundido na contramão com um caminhão vindo à nossa direção.
Bateu pego.
Acho que talvez tenha falhado algum comando no cérebro, ou
desestabilizado alguma coisa por aqui, eu só sei que talvez não tenha sido
nesse instante, mas que tudo o que eu senti pelo instante começou por ai. Alice
era a combinação perfeita de Gabito Nunes, Ana Julia, chocolates e pôr do sol.
-Prazer, Caio. – Nunca fui de me apegar, eu conhecia muito
bem as mulheres, sabe, aquele extinto delas de achar que o primeiro homem com
que elas dormem é o amor de suas humilhantes vidas e que estão presas pro resto
da vida neles, e que é recíproco, então elas ficam grudentas, não querem ser
individuais, e se prendem em você como uma ostra na pedra, isso é insegurança.
Mulheres, são todas problemáticas, mas Alice, não sei entrei em um colapso
gay por ela, ela sorriu e foi embora e eu pensei que nunca mais ia ver aquele
ser na minha vida e isso era bom, talvez eu pudesse entender que merda estava
acontecendo comigo.
Alice, ó Alice. Nada melhor que uma noite, uma vodka e um
cigarro para florir sentimentos em um homem fora do comum, essa coisa de ti ti
ti é coisa de mulher. Eu me sentia um gay, mas um gay que pensava em Alice, sem mesmo conhece-la e desejava vê-la de novo.
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